Seja bem vindo!

Todo o conteúdo que passarei aqui, obviamente não foi apenas das entrevistas, li os livros de Carlos Ficker, Herculano Vincezi; Mario Kormann e do Eugênio Herbst e ótimo trabalho de Paulo Henrique Jürgensen; estes merecem o meu mais sincero agradecimento, "pois se tenho algum mérito é porque estive apoiado em ombros de gigantes". Contudo, a alma de todo material que apresento, devo única e exclusivamente a essas pessoas que merecem todo crédito:

Meu amigo Marcio Augustin; Sra. Cassilda Detros; Prof. Ione dos Passos; Seu Nêne Zumbah; Dona Santinha; minha prima Déborah Duvoisin; Dona Enezilda Schwartz (pela infinidade de fotos cedidas); A Irmã Alice (na época diretora do Hospital); Marli Telma; Nádia Bartch; Renato Duvoisin; Seu Adolfo Saltzwedel e ao Sindicato Rural; Ao Dr. Mario Kormann, Seu Ernesto Rocha; Seu Noirton Schoereder; Seu Valdírio Baptista e Família, Seu Osni Cubas; Seu Algacir Lintzmeier; Roberto Reizer; Seu Afonso Carneiro; Seu Osvaldo José Slogel; Braulio José Gonçalves; Seu Silvio Bueno Franco e sua esposa a Professora Sirlei Batista Bueno Franco; A Paróquia Santíssima Trindade; Seu Quinzinho Moura (e seu toque de gaita); Seu Augusto Serafim; Seu Deoclécio Baptista; Dona Hilva Machado; Seu Alonso Kuenen; a Dona Eulália Pazda; e tantos outros que eu talvez, injustamente tenha esquecido.

Obrigado Especial ao meu amigo e primo Luis Carlos Amorim que me conduziu e me apresentou a imensa maioria de todas esses cidadãos beneméritos campoalegrenses.

Obrigado a Todos, que ao cederem suas memórias, lembranças, músicas, fotos, documentos e um pouquinho de suas vidas; permitiram esse trabalho de divulgação de nossa cidade.



domingo, 17 de novembro de 2013

Siga o dinheiro...

"Siga o rastro do Dinheiro que ele levará ao criminoso". Esse é, mais ou menos, um jargão bem conhecido dos filmes de detetive. Eu pessoalmente, gostava e gosto muito desse gênero de filmes; (alguém aqui lembra do Kojak ou do Baretta?... deixa pra lá...coisa de velho..rs).

Como toda cidade, toda comunidade, no seu desenrolar, também desenvolvem uma história econômica. Assim como a cultura é um aspecto importante a se perceber para justamente conhecer aquela comunidade; a economia desta está intrinsecamente relacionada a forma daquele povo ser e existir.

Em 1897, data da criação política de Campo Alegre, (por quê a povoação já é de data anterior); o destaque era a erva mate. Muito dinheiro passou por aqui, com a construção da Estrada Dona Francisca esse crescimento ficou definitivo. Grandes produtores e beneficiadores de Erva mate do Estado, (a exemplo de Abdon Batista de Joinville), tinham além de suas casas de comércio e beneficiamento em suas cidades, armazéns, postos de trocas e terrenos em Campo Alegre.
1950 - Rua Getúlio Vargas - seu Inácio Pruchnheski conduzindo com sua carroça e seus percheirões, uma carga de erva mate até a cooperativa.

Uma dessas a "Companhia Industrial Catarinense", que existiu só entre 1891 a 1906; mas foi uma gigante e influenciou seus pares em toda região de Joinville. Esta industria de colheita, sapeco, estocagem, beneficiamento e despacho da erva mate; envolvia em todas essas empreitadas, toda região do Rio Negro, passando por São bento do Sul e Campo alegre; em direção a Joinville e por fim a São Francisco do Sul. Tinha cinco importantes sócios, entre eles Abdon Batista e Procópio Gomes. A erva passada por todas essas fases ia do Planalto Norte Catarinense até Valparaíso no Chile por via oceânica. Foi essa atividade que atraiu pessoas para cá, essas pessoas aqui fizeram fortunas.

A árvore da erva mate, também conhecida como "ilex paragaienses" segunda a descrição do Professor Evaldo Pauli da UFSC tem " ... cerca de 20 metros de altura, chega à plena produção pelos 10 anos. o Habitat natural do mate, em Santa Catarina, se estende de Leste (Campo Alegre) para o Oeste (Vale do Rio do Peixe). Sua presença ocorre também no alto Vale do Itajaí, que tem logo diante de si o Planalto". 

Essa indústria foi tão importante, que por causa dela, por conta dela, foi construído estrutas viárias de escoamento de produção que até hoje se mostram essenciais para a região; a exemplo da Estrada Dona Francisca (Joinville - Rio Negro); a Estrada de Ferro (Mafra-São Francisco do Sul) e viação fluvial no planalto norte.

A estrada Dona Francisca tinha algo de especial. Ela garantia o acesso destes recursos naturais valiosos para o porto catarinense de São Francisco; alem de cooptar as produções das cidades vizinhas no Paraná. Foi crucial para a fixação das divisas como estão entendidas hoje, ou seja, pelo ganho catarinense na questão limítrofe, o povoamento do planalto norte; que só se deu pela estrada que só aconteceu pelo sistema ervateiro. 

Contudo, foi toda essa importância econômica que acabou acirrando os ânimos quanto as questões fronteiriças. Todavia, nesse assunto, na exploração da Erva mate, os ânimos ja vinham acirradas há muito tempo. O Professor Evaldo Pauli cita Vieira dos Santos em "Memórias Histórica de Paranaguá (1922)" que neste livro relata as Leis protecionistas que tanto Paraná quanto Santa Catarina começaram a adotar, quanto a produção da "congonha", ou seja da erva mate. 

"Gomes Freire, advertindo-se da grande quantidade comercializada da congonha, achou que poderia cobrar direitos sobre o gênero. Sabe-se que em 1804 a Câmara de Paranaguá estabelecia a cobrança de taxas por alqueire, de congonha remetida a outros portos"

Até os anos trinta, Campo Alegre cresceu de forma vigorosa. Formou e confirmou fortunas. Engana-se aqueles que pensam que por esses campos haviam apenas colonos europeus, eslavos e caboclos nesta época. As famílias Cubas, Munhoz, Bueno Franco e Batista; eram grandes proprietários de terras, produtores de gado e erva mate. Também tinham entrepostos de erva mate, citamos Salvador Cubas que tinha um entreposto comercial onde hoje está o "castelinho", uma bonita casa que fica na rua Dona Francisca (Getúlio Vargas) entre o centro e a Vila Sheid.
Filhos de Coronéis. Em meados dos anos 30. O Terceiro da Direita para esquerda é José Marcelino Cubas. Meu Bisavô.

Tudo tem um nascimento, um crescimento, um apogeu e um declínio. Em 1929 a queda da Bolsa de Valores de Nova York nos Estados Unidos quebra e joga os valores de vários produtos, entre eles a erva mate, no chão; inviabilizando as importações e comércios. Como o grosso do dinheiro da indústria da Erva mate calcava-se na importação, foi ali sua data derradeira. 

Em 1929, portanto, encerra o primeiro capítulo da história econômica de Campo Alegre. Em breve retorno pra escrever um pouco mais sobre mais capítulos.
Um grande abraço e espero que me perdoem pelo sumiço.

5 comentários:

  1. Adorei Robson. Apesar de ja ter lido sobre a historia, assim em capitulos fica mais facil recordar e aprender e' claro! Obrigada e parabens!

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  2. Adorei Robson. Apesar de ja ter lido sobre a historia, assim em capitulos fica mais facil recordar e aprender e' claro! Obrigada e parabens!

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  3. Adorei Robson. Apesar de ja ter lido sobre a historia, assim em capitulos fica mais facil recordar e aprender e' claro! Obrigada e parabens!

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  4. Adorei Robson. Apesar de ja ter lido sobre a historia, assim em capitulos fica mais facil recordar e aprender e' claro! Obrigada e parabens!

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    1. Eu que agradeço o feedback. Isso me incentiva a resgatar e continuar escrevendo. E pode dedicar parte desse blog a sua mãe, foi ela uma das professoras que me incentivaram o gosto pela leitura.

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