Seja bem vindo!

Todo o conteúdo que passarei aqui, obviamente não foi apenas das entrevistas, li os livros de Carlos Ficker, Herculano Vincezi; Mario Kormann e do Eugênio Herbst e ótimo trabalho de Paulo Henrique Jürgensen; estes merecem o meu mais sincero agradecimento, "pois se tenho algum mérito é porque estive apoiado em ombros de gigantes". Contudo, a alma de todo material que apresento, devo única e exclusivamente a essas pessoas que merecem todo crédito:

Meu amigo Marcio Augustin; Sra. Cassilda Detros; Prof. Ione dos Passos; Seu Nêne Zumbah; Dona Santinha; minha prima Déborah Duvoisin; Dona Enezilda Schwartz (pela infinidade de fotos cedidas); A Irmã Alice (na época diretora do Hospital); Marli Telma; Nádia Bartch; Renato Duvoisin; Seu Adolfo Saltzwedel e ao Sindicato Rural; Ao Dr. Mario Kormann, Seu Ernesto Rocha; Seu Noirton Schoereder; Seu Valdírio Baptista e Família, Seu Osni Cubas; Seu Algacir Lintzmeier; Roberto Reizer; Seu Afonso Carneiro; Seu Osvaldo José Slogel; Braulio José Gonçalves; Seu Silvio Bueno Franco e sua esposa a Professora Sirlei Batista Bueno Franco; A Paróquia Santíssima Trindade; Seu Quinzinho Moura (e seu toque de gaita); Seu Augusto Serafim; Seu Deoclécio Baptista; Dona Hilva Machado; Seu Alonso Kuenen; a Dona Eulália Pazda; e tantos outros que eu talvez, injustamente tenha esquecido.

Obrigado Especial ao meu amigo e primo Luis Carlos Amorim que me conduziu e me apresentou a imensa maioria de todas esses cidadãos beneméritos campoalegrenses.

Obrigado a Todos, que ao cederem suas memórias, lembranças, músicas, fotos, documentos e um pouquinho de suas vidas; permitiram esse trabalho de divulgação de nossa cidade.



terça-feira, 26 de abril de 2011

Protestos e Levante Armado da Serra contra a Colônia Dona Francisca

Houve um interessante episódio em nossa história em 1878. Um levante popular considerável contra a administração da colônia, sediada em Joinville. Este episódio mobilizou centenas de populares armados em marcha até Joinville, levados pelo desespero da fome.
Para melhor entendermos o que levou os populares a medida tão extremada, é necessário visualizarmos o contexto, o que acontecia por aqui naquele ano de 1878.

Segundo o livro de Carlos Ficker, havia um correspondente desta região do Jornal "A Gazeta" de Joinville, no ano de 1877. Ele usava de um expediente curioso para contar sobre a realidade dessa região na época, escrevia artigos intitulados "Cartas a meu tio Manduca". Analisemos alguns trechos trazidos no livro: 

"O centro do nosso districto progride, com quanto se fação sentir algumas necessidades. Já era tempo para ter-mos uma Igreja do gremio catholico para veneração do culto divino, termos apenas uma insignificante ermida sem capacidade para a quarta parte dos fiéis".

"Sobre instrucção he que estamos em grande atrazo; pelas immediações ha muito povo brazileiro e grande número de rapazes analphabetos : há lugares aonde he preciso caminhar leguas para mandar fazer um simples escripto, ou mesmo para obter-se uma assignatura. Escolas particulares não vingão, porque os pais achão ser lhes difficil patar 2$000 rs por mez, e por isso poucos meninos as frequentão, resultando que aos douz ou três meses, o professor, para não parecer á mingua, despede os discipulos e trata de outra vida: uma unica escola tem aturado, nas Avencas, vai em um anno que está a expirar, findo elle tambem o professor se vai retirar por não lhe dar o rendimento preciso para sua subsistência".

Sobre esses dois trechos, que relatam retratos de como era a vida nessa região nesse ano de 1877, podemos tirar algumas informações.
Primeiro: havia um certo ar de abandono na região quanto a presença pública, digo, quanto ao governo, (não podemos esquecer que já nesta época havia a contestação deste território entre o governo do Paraná e de Santa Catarina). Este abandono se traduzia na falta de igreja, escolas  e demais serviços públicos de segurança e administração. As cartas ao tio Manduca, confirmam aquilo que já havíamos escrito sobre as capelas erigidas pela região; as famílias mais abastadas faziam as suas, e a vizinhança as freqüentava para os serviços religiosos em geral, (comunhão, batizados, velórios e casamentos, além dos cultos gerais).
Quanto as escolas, me permiti grifar a parte que fala sobre escola na Avencas, que acredito ser nas proximidades do Rio Negro, ou na comunidade de "Santo Antônio dos Carneiros" que era nominação antiga para essa localidade, identificando inclusive a família Carneiro que foi colonizadora sob auspícios do Governo do Paraná.
Voltando a revolta armada; este abandono da civilização e da presença governamental de forma mais eficiente; aliado a outros fenômenos sociais a saber: o inchaço populacional imigrantes vindos nessa época, o fracasso da colheita, principalmente do trigo, (devido a estações de seca e enchentes em seguida), ocasionou a fome; ainda mais agravado pelo fenômeno natural da Floração da Taquara, que ocasionou a vinda de ratos e pragas para as lavouras, que dizimaram as outras culturas de alimentos restantes. 
O quadro em si, já esta horrível, mas ainda pôde piorar um pouco mais. A província de Santa Catarina suspendeu o subsídio que repassava de via federal para a Colônia, o que provocou a falta de pagamento e crédito para os trabalhadores da Estrada Dona Francisca. 
Junte falta de dinheiro, falta de comida, abandono público; não fica difícil de imaginar que uma revolta armada em breve. E de fato ocorreu. 
Agora que sabemos uma parte do contexto, deixaremos para amanhã, o restante do relato: de como se deu essa marcha contra a direção da Colônia, ou seja, contra Joinville, por extensão.

domingo, 24 de abril de 2011

Feliz Páscoa!!! E paz a todos em 2011.

Estou preparando uma série de textos ainda para essa semana, contudo, hoje me limitarei a desejar votos de Boa Páscoa a todos.
Não sou muito dado a felicitações de época, todavia, me considero especialmente inspirado, e portanto, farei minha parte. Em minha concepção, desejar Paz a todos, nada mais é do que desejarmos a tolerância a todos, alteridade (a capacidade de olhar com o olhar do outro e não pelo seu), respeito e dignidade. Parece algo óbvio de se falar, mas muito difícil de se constatar (e praticar) no dia a dia. Muitos que se dizem cristãos, e de fato são assíduos frequentadores de seus cultos, têm uma tremenda dificuldade de conseguir superar a ortodoxia, e enxergar a pluralidade e a riqueza da existência humana.
Sejamos ricos de espírito, portanto! Boa páscoa a Todos!

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Páscoa celebrada com o Hospital São Luis.

Quero registrar aqui, a tarde agradável de ontem na ala geriátrica do Hospital São Luis, em companhia de simpática gente. Agradeço aos idosos, seus parentes e ao pessoal do Hospital que nos receberam com o coração aberto. Vale registrar o agradecimento aos músicos que foram de boa vontade tocar e brincar com nossos idosos.


Ismael (SBS) com sua violinha

Diego Telma (Bateias) animando com sua gaita.
Esquerda para direita: Ismael, Seu Paulo Tchoeck, Laércio Virmond e seu sogro. Estes dois últimos cuidavam das músicas mais sentidas com bonitas declamações.
O Grupo Todo, da Esq. para Direita: Ismael, Irmã Lurdinha, Láercio, Diego, Seu Paulo, e eu.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Causos de Sexta-feira Santa.



Hoje é sexta feira da paixão. E em alusão a esse dia vou contar dois "causos" que ocorreram nesse dia há anos atrás. 
Normalmente, esse dia é um dia triste e taciturno; usado pelos cristãos para relembrar o sacrifício feito por Cristo em favor da humanidade; em Campo Alegre não poderia ser diferente. Uma das formas de relembrar o martírio é a encenação das doze estações, a "via crucis". Não sei precisar se a encenação da paixão de Cristo, aqui, é de longa data, mas posso resgatar uma encenação em particular que ocorreu lá pelos idos dos anos 80. 

Causo de Campo Alegre, 198...
Eu deveria ter uns 10 anos, então podemos supor 1984.
Pois bem, nesse ano, uma encenação na cidade foi providenciada e os papéis foram distribuídos ao atores. Dois me chamaram muita atenção! O papel de Cristo foi passado ao Agostinho Minikowski, até aí tudo bem, homem barbudo e grandalhão; já o de centurião romano que se encarregaria pessoalmente dos açoites seria o Laurinho Leppeck. Laurinho, é uma figura muito conhecida na cidade, sua família veio a Campo Alegre nos anos 60, instalaram-se como comerciantes de bebidas (distribuição da Brahma) e atualmente gerenciam o Restaurante Calçadão. O inusitado da escolha do Laurinho para Centurião, era a princípio o contraste de estatura dele com o Minikowski; este era grandão e Laurinho não deve ter mais que 1,60m de altura. Então a cena por si já era memorável, vinha o grande carregando uma cruz, sendo açoitado e perturbado pelo mini centurião. 
Nos ensaios e para o dia do drama, foi confeccionado um cabo de vassoura de meio metro e na ponta deste algumas fitas arrancadas de k7ś; objeto que dava a ilusão de ser um chicote. Pois no dia, o Laurinho apareceu, não com o chicote de mentira, mas sim com um arreador. Na hora, Agostinho protestou, mas Laurinho disse: "Não se preocupe, eu vou estalar o chicote no pau da cruz, que é só pra fazer barulho". E assim se aceitou o arranjo, pois já não dava mais tempo de qualquer outro.
Quando já estavam no meio da procissão, o centurião Laurinho empolgou-se no papel, e começou a descer o chicote no lombo do Cristo Agostinho, no que este gritou:
- Tá doendo Laurinho! Não tá pegando na cruz!

E o Laurinho rapidamente:

- Cala Boca Judeu!

E dele chicote no judeu. E a procissão seguiu.


Causo 2 - Taió, Anos 50.

Esse causo, não aconteceu em Campo Alegre, mas já que estou no assunto, gostaria de relatar esse também, pois é muito bom! Eu o extraí do livro de causos do meu amigo Herculano Vicenzi. 

Pelo que lembro do que li, em Taió, (proximidades de Rio do Sul); havia nos anos 50, uma procissão que encenava as doze estações em direção a uma igrejinha em cima dum morro. Naquela época a estradinha que levava até o cume do morro não era pavimentada, e como havia chovido muito na véspera, estava que um lamaçal só. Todavia a fé é grande e o cortejo com o povo prosseguiu. Já no início da subida do morro e da encenação, o Cristo cai com cruz e tudo e dá de cara no barro, o povo fica desconcertado, sem saber exatamente o que fazer nessa situação. A resposta vem de um bêbado que seguia a procissão com um sonoro:

- "E Jesus cai pela primeira vez!!" .

Não teve jeito, todos desataram na gargalhada; mas logo se recomporam e seguiram com o cortejo, talvez com um sorriso no lábio, mas com muita fé.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Alma de Viola, Alma de História - Encontros de março e de abril.

Após algum tempo de muita ocupação, atividades diversas e um pouco de preguiça; volto a escrever no blog.
Como já acontece há mais de um ano, eu, a Rádio Cidade de Campo Alegre, músicos amadores e profissionais da cidade, promovemos a cada mês um encontro, sempre em um lugar diferente com intenção de principalmente tocar músicas de raíz e jogar conversa fora.
Vou relatar nesse texto presente, dois encontros, que ocorreram em fevereiro e em março, na comunidade do Rio Represo e de Bateias de Baixo respectivamente.

O encontro de Rio Represo (Março de 2011).

Logo após realizarmos o encontro de janeiro no Restaurante do Itamar, comecei a procurar um local para o novo encontro de março. Através das participações dos ouvintes no meu programa de rádio, a Família da Dona Frida Carvalho ofereceu-se para sediar. Então fomos lá. Este encontro foi simples, mas muito gostoso de fazer.
Rio Represo, Fevereiro de 2011. a direita está Texeirinha com o surdo, Baixinho (Cláudio) e Seu Paulo Tchoeck com violão. De camisa branca a esquerda está o Cláudio Carvalho, Gaiteiro (sem gaita nesse dia) e anfitrião do encontro. 
Dona Frida é uma simpática senhora que vive no Rio Represo com sua família. Seus filhos e ela freqüentemente ligam para o meu programa aos domingos para mandarem recados e pedirem músicas; assim, foi natural fazer o convite do encontro e mais natural ainda nós (músicos) atendermos essa simpática família.
Encontro de viola no Rio Represo - Março de 2011 - Dona Frida Carvalho (Dir.), com amigos e familiares, ouvindo a cantoria.
Da Esq. para Dir: Músico do local, Cláudio, Paulo Tchoeck e Texeirinha.
Família de visitantes de Campo Alegre ao encontro com Dona Frida.
Encontro do Rio Represo - Março de 2011. Da direita para esquerda: Eu (Robson), Seu Jorge e a Esposa (moradores do Campestre).
O encontro foi até umas dez horas da noite, e quando fizemos menção de ir embora, o "Nique" não nos deixou sair sem antes provar do viradão que sua esposa preparara.


O Encontro de Viola de Bateias de Baixo - 16 Abril de 2011.


Esse já foi o terceiro encontro realizado em Bateias, sendo os dois primeiros no Bar Armazém. Este último do dia 16, aconteceu no Restaurante do Celso Telma e foi um dos maiores que fizemos. Talvez não tenha sido o maior em número de pessoas mas o foi em número de músicos e de participação das pessoas. O seu Celso é ouvinte do programa (pela internet, pois segundo ele, na sua casa não pega rádio cidade). Fez o convite, convite aceito.
Nesse encontro, é importante frisar todo o apoio do pessoal da rádio, principalmente ao Presidente da rádio, Ivo Kestring, que nos encontros se reveza nos papéis de cantor, violeiro, técnico de som e de vídeo.
Bateias de Baixo, Abril de 2011 - Esq. para Dir.: Laércio Virmond e seu Sogro, Seu Vigando, Seu Luizão, Seu Pedrão e Paulo Tchoecke e o Ivo.
Bateias de Baixo, Abril de 2011 - vista parcial do público presente ao Encontro.  E mais músicos ao fundo tocando para a platéia (inclusive eu me metendo a tocar colher)
Gravei um vídeo e postei no youtube, para terem uma idéia da energia legal que estava no encontro.
Você pode assistir aqui ou ir para o site: http://www.youtube.com/watch?v=zugps93ppqI


A música no vídeo é gauchesca, isso demonstra a pluralidade do encontro. Quem canta é o nosso Radialista da "Hora do Chimarrão" o Osvaldir Dranka e é acompanhado pelo gaiteiro Diego Telma e o Violeiro Dinho Reizer. Foram mais de 14 músicos participantes, fora a palhinha do povo que chegava para participar.


Até o Próximo encontro em maio na Avenca do Rio Negro!!!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Quem não se comunica se trumbica (Chacrinha)

Esse era um dos lemas pronunciadas toda semana, na TV, pelo irreverente apresentador de auditório Chacrinha; (bons tempos aqueles, quem assiste Faustão que o diga!). Bom, apesar do lema ser dito para provocar o riso, não deixa de ser verdade. E isso me faz refletir: como seriam nos primeiros tempos as formas que nossoas antepassados usavam para se comunicar? Em cima desse tema, vou colocar alguns textos...
Tempos que não havia sequer telefone e rádio, a comunicação era essencial para a noção de civilização para esses povos. Cartas pessoais, jornais e posteriormente telégrafos foram a resposta para essa grande necessidade civilizadora. Como seriam então estes jornais, quais os meios usados nos transportes das encomendas e das cartas? São perguntas que não as tenho todas, contudo, na história dos municípios vizinhos poderemos encontrar pistas do nosso passado esquecido.
O primeiro Jornal da Região da Colônia era o Kolonie Zeitung, fundado em 1862 pelo imigrante Ottokar Doerffel em Joinville. Este Jornal era escrito em alemão e as vezes era bilingüe em algumas tiragens; tinha circulação em toda colônia Dona Francisca (o que nos inclui) e na região da Colônia de Blumenau também. Eis um anúncio publicitário deste Jornal sobre o serviço de diligências a lá, "farwest". 

Segundo o site http://www.bemsul.com/sc/joinville/1862-kolonie-zeitung/ ; o jornal continuou em circulação através de vários títulos, até a segunda guerrra mundial (1945). Atribui a campanha nacionalizadora de Getúlio Vargas como hipótese para que o jornal tenha se extinguido. Aliás, essa campanha nacionalizadora e os movimentos integralistas foram fortes aqui também em Campo Alegre. Tivemos um partido Integralista com importantes membros de nossa comunidade em seu quadro de associados. Todavia, essa história ficará para outro momento, para não perdermos o foco da discussão.
Outros jornais foram fundados, tanto em Joinville, como em São Bento do Sul e até mesmo em Campo Alegre. Tivemos a fundação do Telégrafo no início do século XX, mas deixarei para comentar sobre tudo isso numa outra oportunidade.

Ora pro Nobis - Muita fé e trabalho.

Antes de mais nada, me desculpo com o leitor sobre a ausência de textos em mais de uma semana. Em minha defesa alego uma semana atribulada de deveres e confesso um cansaço beirando a preguiça ao fim dos dias que sucederam essa semana. Feito o "mea culpa, mea máxima culpa"; podemos proseguir os trabalhos.
Para hoje, pensei em transcrever  trechos de um texto de autoria de três estudantes na época sobre a biografia do Padre Luis Gilg. As estudantes citadas são as senhoras Zilma Schwartz, Raquel Benta Pereira e Lourdes Herbst Franco. Este texto foi publicado no Jornal "A Notícia" de 17 de março de 1985 e também no livro de Herbst. Para não ficar apenas na "fiúza" das pessoas que elaboraram esse excelente trabalho, colocarei fotos relativos aos fatos descritos nos trechos. Segundo essa biografia, antes de chegar a Campo Alegre como pároco, Luis Gilg trilhou os mais diversos roteiros e paradas no mundo. Alemão de nascença, aos 21 anos embarcou para a África na condição de irmão leigo dos Benedetinos. Foram 8 anos vivendo nas tribos Angone em Noanda.
 
Padre Luis Eduardo Gilg
Ao terminar seu tempo no continente africano, não teve descanso, foi mandado para o Rio Branco - Brasil (Acre); para agora trabalhar com indígenas brasileiros. Após um período em São Paulo, terminando seus estudos de teologia; dali foi trabalhar em Manaus, depois Africa novamente; quando porfim retornou ao Brasil, dessa vez a Joinville, onde ficou sabendo e incumbido da paróquia de Campo Alegre, para substituir o Vigário Luiz Mocka.
Eis a parte que vou transcrever dos trabalhos das estudantes, assim como seu próprio trabalho é uma transcrição do livro do tombo católico. Aqui vai as primeiras impressões do padre sobre nossa comunidade em 1941:
"... Ao iniciar minhas atividades colaborei na Festa Anual de Cristo Rei (?!), com o muito estimado Pe. Aldo de Madice, que se retirava com minha chegada para o Estado de São Paulo onde iria tratar sua saúde. Pe. Aldo foi muito estimado por todos os paroquianos e principalmente pelas crianças, que se acostumaram a ver nele seu orientador e um grande amigo..." (livro do Tombo)

O relato continua, ainda cita a ida do Padre que estava temporariamente assumindo a paróquia (Padre Aldo), que nesta data levou consigo, "uma criança de pais de cor preta para acabar de criar e educar" em viagem a São Paulo na garupa de sua moto. Seria interessante se soubéssemos hoje quem seria esse ilustre desconhecido (a criança).
O relato continua:
"Iniciando minha administração, comecei a desfrutar da honrosa hospitalidade das Boas Madres e Irmãs Bernardina de São Franscisco. Encontrei nas pessoas das irmãs ótimas colaboradoras do Catecismo e da Igreja..." 
Convento das Irmãs Bernardina de São Francisco na Rua Padre Lino Vier

Mais um exemplo de como as Irmãs Franciscanas atuavam junto a Educação Campo Alegrense. Excursão estudantil em 1957


"Depois tratei de visitar as capelas, onde fui recebido por todas elas, com carinho e afeto. Porém os caminhos para as capelas são ruins e lamacentos e a minha condução é somente uma bicicleta por isso me expus a idéia de comprar com a ajuda dos paroquianos, um cavalo..."
 Se o Padre comprou ou não o cavalo, não sei dizer, mas se o fez nao ficou com o animal muito tempo; parece-me que ele também fez uso de uma charrete para os serviços; em seguida adquiriu um calhambeque; e um jipe rural por fim. Parece que gostava de correr e confiar na providência. "Fé em Deus e Pé na Tábua", poderia ser seu epitáfio também.
O Calhambeque Ford do Padre e Pessoas que o ajudavam, inclusive nos serviços médicos que prestava.


Padre Luis, o Médico Duda e o Jeep Rural que usava.