Até aqui, relatei apenas as criativas alternativas que a Sociedade Beneficente usou para captar recursos; mas não falei ainda sobre tudo o que o povo fez para concretizar o hospital. Muitos tipos de sacrifícios foram feitos por todos. Mulheres, homens e crianças, pobres, ricos, católicos ou não; todos sem distinção, deram seu quinhão. Como demonstrado na foto do outro texto, muitas mulheres pegavam pás e enxadas e ancinhos e subiam a construção; além disso, havia as "filhas de maria" que se empenhavam em várias tarefas, que iam da participação nas arrecadações dos livros de mensalidade, até a limpeza de telhas e tijolos usados que haviam sidos adquiridos por doação. Das tarefas simples, como limpar as telhas e os tijolos, por exemplo, os estudantes do Grupo Escolar Lebon Régis participavam. Aliás, todo o grupo paralisava suas atividades uma vez semanalmente para ajudar no maior pichirum de todos! Meu avô, Eugênio Duvoisin, tinha um caminhão para puxar toras e uma serraria movida a água (no futuro postarei algumas fotos da serraria e do caminhão). Havia um dia específico da semana, que todo proprietário de caminhão, deveria ceder seu caminhão (com motorista!) que deveria estar estacionado no pátio da igreja em determina hora esperando destino e missão. Outra pessoa que cedeu caminhão nesses moldes foi o Valdomiro Schroeder, (pai do Noirton).
A tarefa dos caminhoneiros variava entre buscar os materiais doados (tijolos, madeiras serradas, pedras no rio...). Foram muitos os colonos que doavam os pinheiros em pé, ficando a responsabilidade do padre em contatar quem fosse até o local para derrubar, transportar, serrar e levar as tábuas até o sítio de construção. Todos ajudavam da forma que podiam. Os colonos normalmente, iam até o local não apenas para trabalhar (principalmente nos fins de semana), mas para levar alguma galinha ou pato que serviriam de comida aos demais trabalhadores.
Ao meu ver, até hoje é difícil imaginar a logística que tal empreitada gigantesca demandou das pessoas. Écomo se toda uma comunidade estivesse num transe hipnótico. Transe esse que se repetirá algumas vezes ainda nessa história.
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