Seja bem vindo!

Todo o conteúdo que passarei aqui, obviamente não foi apenas das entrevistas, li os livros de Carlos Ficker, Herculano Vincezi; Mario Kormann e do Eugênio Herbst e ótimo trabalho de Paulo Henrique Jürgensen; estes merecem o meu mais sincero agradecimento, "pois se tenho algum mérito é porque estive apoiado em ombros de gigantes". Contudo, a alma de todo material que apresento, devo única e exclusivamente a essas pessoas que merecem todo crédito:

Meu amigo Marcio Augustin; Sra. Cassilda Detros; Prof. Ione dos Passos; Seu Nêne Zumbah; Dona Santinha; minha prima Déborah Duvoisin; Dona Enezilda Schwartz (pela infinidade de fotos cedidas); A Irmã Alice (na época diretora do Hospital); Marli Telma; Nádia Bartch; Renato Duvoisin; Seu Adolfo Saltzwedel e ao Sindicato Rural; Ao Dr. Mario Kormann, Seu Ernesto Rocha; Seu Noirton Schoereder; Seu Valdírio Baptista e Família, Seu Osni Cubas; Seu Algacir Lintzmeier; Roberto Reizer; Seu Afonso Carneiro; Seu Osvaldo José Slogel; Braulio José Gonçalves; Seu Silvio Bueno Franco e sua esposa a Professora Sirlei Batista Bueno Franco; A Paróquia Santíssima Trindade; Seu Quinzinho Moura (e seu toque de gaita); Seu Augusto Serafim; Seu Deoclécio Baptista; Dona Hilva Machado; Seu Alonso Kuenen; a Dona Eulália Pazda; e tantos outros que eu talvez, injustamente tenha esquecido.

Obrigado Especial ao meu amigo e primo Luis Carlos Amorim que me conduziu e me apresentou a imensa maioria de todas esses cidadãos beneméritos campoalegrenses.

Obrigado a Todos, que ao cederem suas memórias, lembranças, músicas, fotos, documentos e um pouquinho de suas vidas; permitiram esse trabalho de divulgação de nossa cidade.



quinta-feira, 17 de março de 2011

Os primeiros que por aqui se estabeleceram 1868 (??!!)

Os primeiros registros oficiais sobre colonos em Campo Alegre e cercanias são mais antigos que a chegada dos colonos europeus que vinham através da Estrada Dona Francisca - a segunda Estrada Carroçável do império. No livro "São Bento do Sul - Subsídios para a sua História" de Carlos Ficker aponta na página 156 informações a respeito.

"   Assim como o Campo São Miguel, também o Campo Alegre, permaneceu inabitado até 1868, quando as primeiras explorações para o traço futuro da Estrada Dona Francisca despertaram o interesse dos especuladores e estimularam o desenvolvimento da região ao longo da estrada.
   Como já vimos em capítulo anterior, um dos especuladores e grande latifundiário que reclamou as áreas do Campo Alegre, São Miguel e também do oeste de São Bento, Manoel D'Oliveira Franco, entrou em choque com a Sociedade Colonizadora quando esta iniciou a medição e demarcação   das terras adquiridas do Governo Imperial.
  [...] Existiam em 1879 5 famílias em Campo Alegre: Francisco Bueno, Anastácio Lima, Paulo Machado, Amâncio Alves Correia e Augusto Noronha." (FICKER, 1973)

Embora, Ficker afirme que Campo Alegre só venha a ser habitado a partir de 1868, outros historiadores, como o paranaense Professor Oswaldo Cabral, aponta em seu livro "História de Santa Catarina" rápida nota que " mesmo antes de 1860 já haviam por aquelas terras (Campo Alegre) as famílias Correia, Fragoso, Baptista, Franco, Munhoz e Cubas.

Como interessado no assunto, fico mais pendente ao lado do professor Cabral, haja visto ter lido alguns livros de Ficker e perceber nestes um discurso pró-germanista - (forte característica de muitos dos escritores locais). Ficker sempre se posicionou abertamente contra os colonizadores brasileiros que vinham sob auspícios do Governo Paranaense e a favor do Governo catarinense e os colonos alemães. Em seus livros, há muitas passagens que demonstram seu posicionamento em relação aos brasileiros quando se dirige a eles e os tacham de especuladores e violentos. Era este o posicionamento do Governo catarinense e dos colonos europeus que viam na já posse efetivada do colono brasileiro-paranaense um perigo para seus planos.
Eugênio Herbst em seu livro "Subsídios para a História de Campo Alegre" aponta que seu antepassado Florentino Bueno Franco se firmou em Campo Alegre, após passar por Ambrósios (Tijucas do Sul - PR) e requerer do Governo do Paraná, posses de terra.


"Muitos outros paranaenses, a exemplo de Florentino Bueno Franco, requereram também do Governo da Província do Paraná grandes glebas de terras, no hoje, Município de Campo Alegre. Destacamos: Manoel de Oliveira Franco, Candoca Ribas, Cel. Filgueiras, famílias Ferreira e Rocha. Essas posses, principalmente as de Maneco Franco e Cel. Filgueiras, por ficarem mais perto da futura São Bento, suas divisas foram motivos de muitas brigas com os imigrantes europeus, no início da povoação de São Bento do Sul." (HERBST, 1994).

Aproveitando o trecho acima, Florentino Bueno Franco era pai de Francisco Bueno Franco, fundador da cidade e primeiro prefeito de Campo Alegre. Se Ficker diz que em 1869 Francisco Bueno já dispunha de moradia e comércio nessas paragens, é fácil de presumir que ao menos seu pai, o senhor Florentino, já tenha fixado residência (onde hoje é Campina dos Farias) há bastante tempo, o que pode confirmar as hipóteses do Professor Cabral. 

Não existe quem escreva imparcialmente, já me advertia uma professora de letras na universidade. É a mais pura verdade! Ninguém é isento, na medida que vem de algum lugar e consigo trás sua herança e sua parte da verdade. É esse o exercício necessário, de ler nas entrelinhas o material histórico, que se faz primordial para entendermos que nossa história é tão complexa quanto a de qualquer outro lugar. Necessário, penoso por vezes, mas com certeza gratificante. 

6 comentários:

  1. Meu caro Robson,

    Acho que em 1868 não deveria haver morada definitiva de muita gente, e acho que o 1860 do Cabral meramente especulativo. Na ocasião, a família Fragoso citada por ele ainda estava no Paraná e, se bem me lembro, os próprio Cubas ainda aparecem em São José dos Pinhais nos primeiros anos de 1870. Dos Bueno Franco não me recordo, vou confirmar. Correia eram aparentados aos Bueno Franco, e devem ter vindo junto - pra mim, todos depois de 1870.

    E essas "5 famílias" apontadas pelo Ficker em 1879 é uma barbaridade, pq na ocasião havia mais famílias em Campo Alegre do que em São Bento.

    Não sei pq o Herbst citou o Filgueiras de Camargo, as suas terras ficavam longe de SBS, em Fragosos.

    ResponderExcluir
  2. Generoso Fragoso de Oliveira, tido pela tradição oral como "fundador" de Fragosos, estava em São José dos Pinhais em 1866, em Rio Negro em 1867, em São José em 1870 e em Araucária em 1874. Ou seja, impossivel estar em Campo Alegre em 1860. Os outros Fragoso também começam a sumir dos livros paranaenses no começo dos anos 1870 - quando presumo ter ocorrido a mudança, ou mesmo o 1868 do Ficker.

    O Bueno Franco teve irmã nascida na Lapa em 1870, não tinha como estar estabelecido em Campo Alegre. Um tio casou-se no mesmo ano em São José dos Pinhais. Talvez morassem, no máximo, em Tijucas. Em 1860, jamais em Campo Alegre.

    Independente do discurso, boto fé sobre isso no Ficker, que consultou documentos de Joinville, e o Cabral, ao que parece, chutou uma data com base não sei no quê - não na verdade comprovável.

    ResponderExcluir
  3. José Affonso Ayres Cubas teve filha batizada em São José dos Pinhais em 1871. Em SBS, aparece em 1877. A mudança dele foi nesse intervalo aí.

    ResponderExcluir
  4. Fendrich;

    De fato, concordo com as várias possibilidades de especulações vindas desses autores, contudo, são fontes e sendo assim, confiáveis ou não, não me coloquei no lugar de julgar, apenas de citá-las. Agora, os discursos diferentes e conflitantes dos historiadores, dependendo de suas origens ou das influências que receberam em seu contexto, pra mim, são nítidas.
    Minha intenção, é apenas escrever sobre todas informações que me vieram às mãos. Não sou historiador, sou curioso. Deixo o crivo para pessoas mais competentes e versadas nessa área, como ao visto, é o seu caso, meu amigo.

    Quanto aos Bueno Franco foi uma provocação minha a vc, pois sei do nascimento do Francisco B. Franco apenas nove anos antes de 1860 e isso em São José; no intuito que vc continuasse a comentar.
    Há muito ainda o que desvendar sobre a história de Campo Alegre. Farei minha pequena parte nessa grande empreitada.

    ResponderExcluir
  5. Essa parte dos pioneiros é a única a que me atrevo a comentar, pq das outras épocas da história de Campo Alegre apenas leio e aprendo =)

    ResponderExcluir
  6. Interessante historia de nossa cidade campo alegre

    ResponderExcluir